quarta-feira, 26 de abril de 2017

Se alternam



Cataclismos, seca e procelas
Água que não brota da serra
Bicho que não bebe e morre,
Até a onça vai comer os bodes.

Noutra metade da década, água
Sua queda é como chuva de ouro.
Com a minha avó, conheci anáguas
E com meu avô, a amansar touros.

O sertão, na verdade, é composto
Por dois sertões que se alternam.
Um que massacra e mata o bioma,
Outro que é paraíso e sempre soma.

Gado que morre. Vidas de colarinho.
Gente que morre. Morre sozinho.
Tem gente que não tem vizinho
E os mísseis nucleares são diversão.

Ninguém me engana neste cenário
Estou entre o “nunca” e o “é o jeito”;
Não aquele poder que acaba o Rio
E a cidade de Afogados da Ingazeira,
No Sertão.


(Cristiano Jerônimo)

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