quinta-feira, 22 de junho de 2017

PISA DE CIPÓ DE CANSANÇÃO


(No espinhaço dos ladrões desta Nação)

Na esquina, um pipoco...
Eco do topo da pirâmide,
Das árvores mal plantadas
Para frutos que nos assustam.

Vítimas culpadas e desespero
As matilhas secam o sangue
Como políticos chupa-cabras
Não deixam o povo criar asas.

Na província desta metrópole,
As tradições são contradições.
O ente donatário e poderoso
O chefe não serve para chefiar.

Perdoe-me. Não são só críticas.
Elogiar o obrigatório também.
E pago não é obrigação nenhuma.
Já é demais para nossa planície,
Se iludir com a máfia e a sandice.

A máfia mora ali nas repartições,
Sede dos poderes constituídos...
Sede da nossa falácia tida “Nação”.
Os caramujos vão voar como lagartas
Os sertanejos calçarão as alpercatas.
Cada um com um bacamarte
Invocando Antônio Conselheiro,
Lampião, a dar uma pisa de cansanção
No espinhaço de cada um desses
Empedernidos e cruéis, que roubam
O que a gente leva anos para trabalhar.

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Aquele velho Vandré já nos dizia:
“É a volta do cipó de aroeira
no lombo de quem mandou dar!”.



(Cristiano Jerônimo – 21.06.17)




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