segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Ritmo de algodão

 


Sonhei com as cidades tecidas de nobre algodão

Aviamentos dos cérebros deste novo tempo e era

Agulhas das minhas sérias vertigens do coração

O ser de errar que é humano em cada um de nós

Tudo aquilo que não cala e engole a nossa voz.

 

Vi tantas pessoas indo embora antes do tempo

E diziam: - cabra da peste, assim tu vai dançar;

Toca aquela música para lembrar-se da amada

E toca outra para mim, que vou cair na estrada

Vou ver o vento soprando num calor de rachar.

 

Companheiros de rapadura e farinha nas picadas

Sempre andando bem longe de todas as estradas

Pelas veias e oásis da caatinga desertificada

Carregando consigo “coragem, dinheiro e bala”

A voz que muito fala é a voz que sempre se cala.

 

Carregando consigo, enfim, o seu previsível fim

Tantas guerras para todos perderem ao final

Tanta valentia, valendo a cada dia só o seu mal

O velho hábito dos duelos agora se dissipa bem

Os conflitos se resolvem na causa e efeito, além.

 

As novas gerações trazem paz e luz em sorrisos

Prontas para agir como o mundo pede e merece

Desencantadas e tão azuis, brancas e douradas

Enxergam até as verdades que estão camufladas

Veem o mundo mais nitidamente, como ele é...

 

Recebemos agora uma luz mais intensa do sol

Nosso Astro Rei mais próximo de todos nós

Aquele enxergar que não enxergávamos antes

O tom mais comedido e suave que sai da voz

Tudo luz e cor, beleza maior que os brilhantes.

 

(Desde a roupa bonita, até a beleza do infinito...).

 

 

(Cristiano Jerônimo – 15012020)

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