Farofa de raspa de queijo de manteiga
Bode assado pra comer todos os dias
Nos braços de uma moça linda e meiga
No cavalgar de tão distantes romarias.
Queijo de coalho com o melaço da cana
Tem no outro dia um tatu ou um coelho
Quando o fogo sobe labaredas, emanam
Histórias enroladas em linhas de novelos.
Farinha de mandioca na casa de lenha
Goma decantada para as massas fartas
Os homens trabalhando suas resenhas
No alto da serra, alto, no meio da mata.
Bater feijão e peneirar no chão de terra
o vento vai levando a poeira e as pedras
Jerimum de leite, melancia e macaxeira
Cardápios formados ao longo das eras.
Dirigir carro de boi desde a infância tenra
correr riacho com a cheia, a tromba d'água
Carrear os pensamentos no meio da estrada
Analisar o ser que todo mundo olha e pensa.
Dirijo automóveis, vivo de computadores
Do analógico, eu vivo o mundo do digital
Do óptico, magnífico passado, de flores
tudo aquilo que nos proteja do nosso mau.
Sou do mato e esta cidade beija minha boca
encontro abrigo na morada da menina bela
Para construir uma coisa que não é tão pouca
Desenhar o mundo perfeito na tela da aquarela.
(Cristiano Jerônimo - 02.06.2021 - 22h12)
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