sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Xerifes e ladrões



Salteadores do oeste e carruagens

Com as suas linhas e histórias vãs

Homens artísticos de bicos de pena

A vida pode se resumir num divã

Todos com a verve das escrituras

Os homens que foram às alturas

Não tiveram tempo pro amanhã

Alexandre e Maquiavel são vãs

Com fio nesta navalha afiada

E uma cruz com uma espada

Duelando no meu pensamento

Vi o fim das máquinas de escrever

Dos cursos de datilografia

Preceito para trabalhar e viver

No suor e no sufoco do dia a dia

Assando à noite para comer de dia

Como quem faz e não para de fazer

Como cães mordendo os seus rabos

Seja na alma, na matéria ou energia

Um chambaril quente aos sábados

Um sushi casual nas noites claras

Um café na esquina, uma rua e só

Ouvindo, de um lado, as araras

Do outro, os passos dos cágados

e 0s automóveis! Gasolina pura!

Se eu estivesse mesmo vivo

Poderia transformar terra em ouro

Na mais completa sessão de alquimia

Com luzes acesas em candelabros.

 

(Hyerônimus Bosch – 19.08.2022)

  

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