sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Barulho de canhão

 

Pastoril de Dona Joaquina/RN no Alto da Igreja da Sé, atração de Olinda (PE)

Palavras não são só palavras

As palavras falam e ecoam

Juntam palavras que calam

Nem sempre felizes soam.

 

Palavras se contradizem

Palavras são deturpadas

A falta de clareza da estrada

Informado pelo que dizem.

 

Comportamento e atitude

Sentimento no cabresto

Das ideias turvas de outrora

Eu cheguei bem na hora

E nunca fui o primeiro.

 

Te libertar e depois sair

Caminhando até o rosto

Marcado do sol do sertão

Eu vivo a vida com gosto.

 

Não temo desamor, solidão

Não temo o punhal de prata

Nem a arma que é mortífera

Com um barulho de canhão.

 

Planto as florestas em mim

Suco da mata para nutrir

As nascentes correm para o fim

Contra o mar não há como partir.

 

Não há como ter estabilidade

Na proa do navio em tormenta

Suspendendo a humanidade

A solidariedade que se inventa.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 19082022)

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