Deita teu corpo cansado
Relaxa que
o tempo
Constrói armadilhas
Estranhas
E a vida
inventa
Os fantasmas
Que vem
lhe assustar.
Tenta
esquecer a agonia
E a dor do
passado
Empilhe as
tristezas
Por sobre
o costado
E o peso
já morto
Atires no
mar.
E não
tenha medo
Das sombras
Porões e
cadeias
E o medo
das vagas
Imensas
Que envolvem
as sereias.
Nem as
traições e motins
De governos
tiranos
Que arrasam
os intentos
Nos aprisionam
Aos mastros
quebrados
Das embarcações.
Sem se
abater
Com o
estremeço
Das grandes
procelas
Da águas das
ondas
Quebrando as
janelas;
Junte-se
aos homens
E cante
canções.
A honra do
sol e do sal
Lavada de
sangue
As bússolas
E as
cartas rasgadas
E a terra
tão longe...
As conchas,
os peixes
E polvos
são nossas medalhas
E a grande
riqueza
Das nossas
batalhas
As glórias
da vida
Nos fazem
cantar.
* (Lula
Côrtes – 1996)
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