sexta-feira, 23 de junho de 2023

Quando a cabeça não pensa



Coisas que não parecem verdade

Ninguém espera ir por tudo isso

No trem, de um pequeno enguiço

O descarrilho virou uma realidade.

 

Sempre houve o amor e o cuidado

Coragem de ir ao eu desconhecido

Um altar com os santos esquecidos

Existe um homem só e tão acusado.

 

Seria tão fácil existir sem máculas

Não fosse o ser humano irracional

O coração seria mais forte que tudo

Deixaria a paz e o silêncio surdos

A vida não seria tão dita normal.

 

Na vida, não existe outro culpado

Se não enxergarmos a nós mesmos

O fato de viver e estar lado a lado

É que revela sua face e seus preços.

 

É que quando a cabeça não pensa

O coração padece e angústia cresce

O amor não conta com recompensa

E nada é mais triste como um final.

 

 

(VALERIANO, C. J. 23 de jun. de 2023)

  

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Trago o advogado cabeludo, filho de deputado, cantor, compositor, cineasta e doido que só nós: o Velho Quiabo, bobo da corte made in São Bento do Una (PE), maturado em Olinda, Recife, Oropa e Brasil:


O romance da Bela Inês *

Uma musa matriz de tantas músicas
Melindrosa mulher e linda e única
Como o lado da lua que se oculta
Escondia o mistério e a sedução.

Comovida com a revolução
De Guevara, Camilo e Sandino
Escutou meu Espelho Cristalino
Viajou nosso sonho libertário
Bela Inês, com seu peito de operário,
A burguesa que amava o Capitão.

Acontece que a história não tem pressa
E o amor se conquista passo a passo
O ciúme é a véspera do fracasso
E o fracasso provocar o desamor.

Bela Inês teve medo do 'condor'
Queimou cartas, lembranças do passado
E nessa guerra de Deus e do diabo
Entre fogo cruzado desertou
Bela Inês, com seu peito de operário
Não me esconde seu ar conservador

Apesar dos pesares não esquece
Nosso sonho real e atrevido
Bela Inês tem o peito dividido
Entre um porto seguro e o além-mar...


 *Alceu Valença (1987)

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