TOMO I
Ela gosta de rock
E eu de pagode
Eu fico na minha
Ela vai e sacode
Acorda cedinho
Acordo de bode
Será que pode?
Ela gosta da sombra
Eu fico no sol
Ela se cobre de frio
Eu descubro o lençol.
TOMO II
Anda de botina em Irajá
Abala a Frei Caneca
Gosta de sempre desfilar
De arrumar-se uma boneca
Desfilar o curativo
escondido
O rock correndo na avenida
O xote e chão de barro
batido
Todas se misturam em profusão
Mexem tudo dentro do
caldeirão
Cozinham sopa de letrinhas
azuis
Escutando o melhor do
blues
Vivendo no fundo do mar
turbilhão.
TOMO III
Ele fala de uma vasta
mitologia
Ensinamentos mais antigos
Trata de amigos e inimigos
Das qualidades e cruezas
do ser
Da confiança e da traição
Do poder da mente e do
coração
Nas fileiras, um a um no
sol
As asas de cera que
derreteram
Afrodite e a paternidade
de Zeus
Onde os caídos se meteram
E terminaram juntos e sós.
TOMO IV
Chiclete de melão e de
banana
Refrigerante sem suco natural
O sabor da doce futa pinha
Cuscuz com cozido de
galinha
Uma mesa de dois lados
Uns comendo calados
Outros falando mal
De um canto para o outro
Nada parece tão normal
Quando canta o bacurau
Que assusta na estrada
Olha-se para o céu
estrelado
Acha-se o astro do amor
guardado.
(Cristiano Jerônimo
Valeriano -23112023)
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