I
Tem mais céu no alto da serra
Mais
estrelas no azul cósmico
Douradas
num chão estrelado
Riscados
sobre o branco papel
Guiados
nos voos das abelhas
Girando
n’água do azul do mar.
II
A enxurrada do riacho adormecido
É o
Natal do verde que era só seco
O
cheiro do marmeleiro avisa longe
O hálito
do curral do gado na chuva
O
engenho velho que traz a saudade
A
bolandeira que ensacou a farinha.
III
Os lajedos molhados sem poeira
A
água lavando o terreiro, estrada
Pulando
as porteiras encharcadas
As
caiporas fumando nos cabelos
As
tranças nos rabos dos cavalos
Ainda
que seque, há a esperança.
(Cristiano Jerônimo – 08.08.2025)