quinta-feira, 29 de maio de 2025

Buracos negros e vestidos pretos



*Cristiano Jerônimo

 

Nunca estaremos preparados para aventuras ou investimentos cujos riscos se façam presentes e dominantes. Muito porque somos ensinados historicamente a calcular esses riscos. Ainda por cima, quando somos animais ariscos, indefesos e equivocadamente livres. Não suportamos falta nem excesso, muito menos o equilíbrio. Então inventaram o papel, a escravidão e o automóvel. Após a roda, essas são facilidades vendidas pelas dificuldades que criamos. Nada que nos leve para longe de nós mesmos, quando a gente é o motivo de toda a inquietação que gela e esquenta o peito. As nossas dicotomias e contradições. O medo que o valente sente e não revela. O cliente de um mundo que só acontece e só existe na outra ponta do invisível. Aquilo que sonhamos e não é nosso. Tudo o que queremos e não sabemos por que desejamos. De um polo a outro, do positivo ao negativo, o ser humano procura estabilidade num mundo relativo e num universo em expansão, que – além de não parar – suga a matéria em ralos de buracos negros absurdos. Foi perguntado à mulher de preto: o que é um dia diante da eternidade do tempo?

 

(29.05.2025)

Um comentário:

  1. Um dia pode eternizar o tempo. Gerando memória. Eterno tempo.

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