quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

As motocicletas são nossos cavalos

Foto: Cristiano. Praia de Guadapule, A Ver o Mar


Pela segunda vez na minha vida, me sinto encurralado. A primeira foi aos 16,17 anos. A crise do “o que vou fazer? Para onde é melhor? Por onde é que sai?...”. Na adolescência, chamamos de crises existenciais. Hoje, mais velhos, denominamos aperreios. Porque há quem pense que isso é coisa de criança ou alienado, coisa que o valha. Mas para quem não perde a esperança, a fé de subir num monte de serras e chapadas, de motocicleta e gasolina, transpondo obstáculos comparáveis às agruras da vida. 32 anos. Transpondo-os.

Asfalto de motocicleta. Estrada de barro. Vereda íngreme ao lado de um penhasco generoso A 370 quilômetros do Recife, 150km/h de velocidade média. O vento rasgando meu corpo e me refazendo no frescor das correntes de ar frio. Liberdade de motocicleta é tão emocionante quanto a vida. Você cai. Se levanta e segue. Voltar, muitas vezes, é um caminho sem volta. 42 anos. Motor de 300 centímetros cúbicos, 250cc, 215cc a perfeição, CRF total. Subo poste e desço poste. Não deixo que ninguém encoste sem a devida boa intenção. Eu sou do mato e as motocicletas são nossos cavalos. 44 Cavalos de força!

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Cabelo

  (Cristiano Jerômimo - 30042024)