Homem sóbrio e boa gente
Francisco
usava sua mente
Atrás
da chave da liberdade,
Preso
às rédeas da cidade.
Nasceu
pobre e quis estudar
Achava
que não ia realizar
Aquele sonho
que era direito;
Na sala
de aula, preconceito.
Foi
mais chocante no começo
Já que “Narciso
acha (tão) feio
O que
não é espelho”, pensou:
Quero similitude
e ter um meio.
Buscou
muito as universidades
Não queria
ser tal o pai agricultor
Iniciou
num emprego de cobrador
Circulava
sentado pelas cidades.
Passava
o troco como um robô
Seria
trocado pelo elo eletrônico
Cartões
pagariam e receberiam
O
problema se tornaria crônico.
Foi
promovido a ser supervisor
O tempo
todo era pressionado
A fazer
determinadas coisas
Que
atingiam seu próprio lado.
Cobrava
tudo dos encarregados
Traços
de “ter pertencido” àquilo
Os
tempos estavam mudados,
Nem
sempre dormia tranquilo.
De
supervisor geral de cobrador
Passou a
ser um desempregado
Viu que
o poder muda e traz dor
E esse
caminho não é facilitado.
Aos 70
se aposentou e quebrou
O
salário mínimo é muito menor
O
cobrador saudava o dinheiro
Que
arrecadava para o maior.
(Cristiano Jerônimo –
08122021 – Taubaté – SP)
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