sábado, 19 de fevereiro de 2022

Ardendo em chamas



Sonego fogo para não me queimar

Eu rego d’água as maravilhas

Que passam pelos trilhos

Que alimentam os nossos filhos

E que dá para parar e realinhar.

 

As estradas não são em linha reta

As aves, o ovo, o primeiro vôo

Não têm passagens secretas

Depois de voar, os passarinhos

Voam sozinhos para sempre;

Podem ser enganados pela serpente.

 

Podem morar numa gaiola fechada

Sem saber que a sua estrada é o ar

Podem ser tratados com carinho

Mas sabem o que é para libertar;

O sabiá e o assum preto sofrem

O casaca de couro é puro ouro

Animais que não sabem se defender

Nunca vi ninguém pegar um tigre

Feroz pela serra para levar para casa.

Porque, aí, ninguém quer, né?...

 

 

(Cristiano Jerônimo – 19022022)

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