quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Ele mesmo...


Porque sou poeta e amo a excentricidade

De umas coisas que a outros não convém

Ando sempre a correr na hostilidade

Dos mil cretinos que a cidade tem.

 

Já as mulheres, que pena,

Muitas detestam-me também

É que eu dou carinho, mas na verdade

Não enfeito o pandeiro de ninguém.

 

Decerto que não sou nenhum portento

Mas sei que tenho um pouco de talento

E louvo a Deus que altivo assim me fez.

 

Vós, se me odiai por minhas mil venetas

Deixai-me em paz com minhas costeletas

A minha barba e o meu perfume inglês.

 

 

 (Cristiano Jerônimo – 1995)

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