sábado, 8 de maio de 2021

De abril pra maio


Não mandaram flores nem rosas

Apontaram com a mira o canhão

De um lado, a cidade que chora

Não sabe o que fazer do coração.

 

Do outro, uma fruta bem amora

Doce, suave, ácida tão palatável

Procura o racional, o hoje, agora

Só acha muita coisa inteligível...

 

Não houve os doces ou amargos

Embora houvesse pensado assim

Entre dois ou mesmo três tragos

Espaço e pensamento são afins.


Houve o que nunca aconteceu

Há o que existe desde ontem

Quando o dia claro anoiteceu

Não se enxergou mais a ponte.


Quando amanhecer e o clarão

Clarear na vida a partir do alto

Assumir, de vez, a autonomia

E não ligar para seres ingratos.


 

(Cristiano Jerônimo – MAI2021)

 

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