quarta-feira, 11 de maio de 2022

Corpo de mercado


Não se nasce numa roda de samba sem dançar

Nem se samba na roda aquele que não sambar

Vivem na vida que dança e não param de bailar

São corrupios impressionantes até o lado de lá.


 

São os passos largos de quem serviu a pulso

Com seu povo escravizado, corpo de mercado

Quem não tinha corrente nem relógio de pulso

O ser humano é mesmo um sujeito obstinado...

 

Aparece para comer e dormir por todos os lados

Ao mesmo tempo, nômade, fixa-se sem vontade

Num dos cantos mais badalados daquela cidade

Onde a desorientação e o medo viram a verdade.

 

Não se planta uma planta se não se sabe plantar

Nem se cutuca raposa choca em noite de luar

Nem se bebe água no lugar onde não choveu

Os adendos da caminhada são elementos seus.

 

No meu libertário ser, não se encontra cérebro

O que me move, de verdade, é o puro desafio

Bem estratégico como um exímio enxadrista

Que saiu tranqüilo e calmo, jogando pelo rio...

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 11052022)

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