Eu sou do solo do pé rachado.
Onde
hidratante não dá jeito.
Sou pé trincado
do próprio solo;
Do colo da flor
que brota no leito.
Nos braços de um inóspito mandacaru.
Meu semblante encarquilhado
Pelo sol todo
queimado, o crivo.
E a certeza de
que serei iluminado
Neste bioma
encantado e tão vivo.
Nos braços de um inóspito mandacaru.
Repito, de onde venho, cachoeiras
São de vento,
poeira, pedra e sal.
Ainda temos a
beleza que queiras
Seres do bem
que combatem o mal.
Nos braços de um inóspito mandacaru.
Sou sertanejo culto e rude à injustiça
Sou
descendente de camponeses
Sou de uma
linhagem de holandeses
Misturado com
os mouros do sertão.
Na sombra de um grande Tamboril;
Matando a sede sob um bom umbuzeiro
Comendo
rapadura debaixo de um juazeiro
A raspa de
queijo de manteiga e a farofa;
O Sertão é
lindo, mesmo com a seca que assola.
(Cristiano Jerônimo – 27.04.2025)
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