segunda-feira, 30 de junho de 2025

No topo da pirâmide vulgar


Do alto da minha infância,

vi uma criança adulterada.

Havia uma grande crença,

mil mulheres abandonadas

elas enganando enganadas

passando no nosso caminho

percorrendo a nossa estrada.

 

Quem sou eu para ir julgar?

no topo da pirâmide vulgar

na doença que não se trata

na doença que se maltrata

na velhice de andar sozinha.

 

E não ver nos rostos a alegria

só agonia e lamentos que ferem

acolhe-se, ama-se e adquirem-se.

 

O afeto afetado é um engano

o engano é um pássaro sem asas

que voa, mas nunca vai pousar.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 30.06.2025)

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