domingo, 15 de junho de 2025

Soneto do futuro do pretérito


Porque sou poeta e amo a excentricidade

De umas coisas que a outros não convém

Ando muito a incorrer na hostilidade

Dos mil cretinos que essa cidade tem.

 

Já as mulheres, que pena, e é verdade

Algumas delas detestam-me também

É que dou carinho, mas na realidade

Não enfeito o pandeiro de ninguém.

 

Decerto que não sou nenhum portento

Mas sei que tenho um pouco de talento

E louvo a Deus que altivo assim me fez.

 

Vós, se me odiais por minhas mil venetas,

Deixai-me em paz com minhas costeletas

Meu bigodinho e o meu sorriso tão cortês.

 

 

(Cristiano Jerônimo – 1994)

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