Eu pinto com as palavras faladas também
Escrevo
minhas crianças e a cigana vem.
Vem sem eu
chamar e a recebo feliz;
Falo com
ela de todos os medos que passei.
Não
consigo viver longe do mar. E sou do sertão.
Não sei se
vá, mas não dá não para andar na contramão
Acelerado
e de boa, vamos conseguindo rir à toa.
Mudando as
faces que borram a imagem do nosso grotão.
Todas as
ametistas e quartzos, Deus e o cão ---.
São apenas
opções que tomaram meus irmãos.
E eu
respeitei... Um a um... E, no mínimo, rezei.
Hoje, sei por
que preciso mergulhar e sentir-me água.
Como parte
de ti, mãe-poderosa, guia em mulher
Que me
aparece e me ajuda como uma bela estrada.
E eu falo
com as palavras pintadas também
Porque
somos cores, perspectiva e, às vezes, nada.
Como a
arte, devoro a ciência...
(Cristiano Jerônimo – 02.06.2014)
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