terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Como a arte, devoro a ciência


Eu pinto com as palavras faladas também

Escrevo minhas crianças e a cigana vem.

Vem sem eu chamar e a recebo feliz;

Falo com ela de todos os medos que passei.

 

Não consigo viver longe do mar. E sou do sertão.

Não sei se vá, mas não dá não para andar na contramão

Acelerado e de boa, vamos conseguindo rir à toa.

Mudando as faces que borram a imagem do nosso grotão.

 

Todas as ametistas e quartzos, Deus e o cão ---.

São apenas opções que tomaram meus irmãos.

E eu respeitei... Um a um... E, no mínimo, rezei.

Hoje, sei por que preciso mergulhar e sentir-me água.

 

Como parte de ti, mãe-poderosa, guia em mulher

Que me aparece e me ajuda como uma bela estrada.

E eu falo com as palavras pintadas também

Porque somos cores, perspectiva e, às vezes, nada.

 

Como a arte, devoro a ciência...

 


(Cristiano Jerônimo – 02.06.2014)







 

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