terça-feira, 17 de agosto de 2021

Cidade imaginária


Desceu a rua em desfile

Achou que não era com ela

Depois do aclive havia declive

Subia e descia como passarela.

 

Acreditava em subir nas árvores

Acreditava em deitar no chão

Pensava saber mais do que sabia,

Não estava certa e ainda sem razão.

 

Em versos livres libertários

Recitou poemas e a plebe levantou

Arbitrou jogos planetários

Levou consigo o que sempre carregou.

 

O reconhecimento da necessidade

De transpor barreiras relativas

Ela andou por toda a cidade

E achou aquele tecido de chita.

 

Voou numa asa delta imaginária

Da Caixa D’água do Alto da Sé

Até a Cruz do Patrão no Recife

Estuário da cidade imaginária.

 

Sob quatro camadas de aterros

A cidade morreu e a gente vive nela

Nada vale mais que um sossego

Café, e pão francês com mortadela

Depois, uma goma de mascar com ela.

 


(Cristiano Jerônimo – 17082021)

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