sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Tinteiro de pena



Esse tesouro chamado desejo

Mora distante e é arriscado

Insistente quando vai entrar

E displicente quando vai sair.

 

Quem não belisca

Não petisca

Salte alto na pista

E voe muito mais.

 

Se puderes sair

Dobrar todas as esquinas

E voltar

Na reformatação da ida

No beijo daquela menina

E no sangue dos meninos

Da Favela da Roda de Fogo,

Entenderás o que falam.

 

Esse clarão chamado vida

Tem na luz a ininterrupção

Das nossas cores cobertas

Um certo dia vai fervendo

Os fungos decompondo

O dia a dia do cotidiano

De um sujeito normal

Seus grilos e agregados.

 

Me representa bem a tinta

A cor da edição dos impressos

Da molecada que a gente

Viu longe, na periferia

Um pedaço de um jornal.

 

Para avançarmos

Em gerações

Bem maiores

Sigamos o sino

Dos dias melhores.

 

 

 

(Cristiano Jerônimo – 19082021)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Somos animais